Ano após ano, desde que a virgem Maria concebeu seu primogênito - “E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” Lc 2:7 - e unigênito de Deus – “Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” 1 Jo 4:9 -, há 2012 anos, conforme o profeta Isaías vaticinou – “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel” Is 7:14 -, o mundo para para celebrar o nascimento do menino-Jesus.
As manifestações são as mais distintas. Mensagens por meio de cartões, e.mails, cartas, Twitter, Facebook, enfim, a tecnologia tem exercido o seu papel, encurtando distâncias entre amigos e familiares.
Mas, afinal, será que todos entendem a importância de Cristo ter-se feito Jesus? Será que “a alegria” que o mundo expressa por ocasião do Natal, retrata a realidade da Salvação que Ele consumou no Calvário? Que Natal comemora-se em 25 de dezembro de cada ano?
PRIMEIRO é preciso entender as palavras de João, apóstolo do amor, que registrou o seguinte: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1:14.
Quem é o Verbo a que se refere o apóstolo João? A melhor resposta, temo-la no versículo 1, do capítulo 1 de João: “NO princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” Jo 1:1.
A encarnação do menino-Jesus é a grande tese apresentada por João, na apresentação do Cristo à humanidade. Ele busca elucidar como Deus se fez homem.
Enquanto Mateus e Lucas nos dão as características históricas de Jesus, João nos dá os elementos celestiais e as características sobrenaturais de Cristo. Sua mensagem apresenta a divindade de Cristo. Mateus ressalta Sua realeza, Marcos O apresenta como Servo e Lucas O apresenta como o Filho do Homem.
“O Verbo” em grego significa ‘logos’ e para a mente do grego, logos era a força mais poderosa do universo. Era poder criativo, fonte de sabedoria, conhecimento, inteligência, e João está dizendo que esta é uma pessoa e Ele se tornou um homem, Deus que veio ao mundo através do menino Jesus.” http://mvmportuguese.wordpress.com
“O logos, no dizer de Barclay, é a mente de Deus criando e sustentando o universo. Os gregos não podiam entender o título de Messias. Quando João lhes falou em Logos, era essa uma linguagem a que, na sua cultura, estavam acostumados. O importante, no entanto, mais do que a palavra Verbo, era a declaração de que, no princípio, “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
João revela a decisão do Eterno se tornar finito ao “tabernacular” – assumir corpo humano. Sua chegada ao mundo O obrigou a conviver com o tempo – cronos.
Durante 33 anos de Sua humanidade, Ele sentiria as angústias, sofrimentos, tristezas e alegrias de um homem. As palavras de Paulo ao apresentar a Kenosis de Cristo (doutrina do autoesvaziamento de Cristo), são elucidadoras e revelam toda Sua humilhação. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz” – Fp 2:5-8.
“Para o Judeu, a Palavra teve até mais significação já que o Verbo ou Palavra do Senhor era muito familiar para eles. O Verbo do Senhor foi simplesmente Deus revelando-se: Sua pessoa, Sua natureza, Sua vontade, Sua sabedoria, Sua verdade. João está dizendo que a revelação de Deus e a manifestação de Deus agora encarnaram-se. A expressão da natureza de Deus - a vontade, a sabedoria, a verdade - está personificada. É por isso que Hebreus 1 diz: “Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras. . . , nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho.”
João não somente fala da pré-existência de Cristo, mas Ele fala da coexistência de Cristo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1 ). Ele está com Deus e é Deus. Aqui, vemos claramente o mistério da Santíssima Trindade. Ele é distinto do Pai, tendo comunhão cara-a-cara com o Pai, e ainda é totalmente Deus como o Pai é. Como lemos em Colossenses 2:9: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” Ele é Deus tanto quanto Deus é Deus e nós precisamos entender que o Verbo não é um atributo de Deus. O Verbo não é uma mensagem de Deus. O Verbo não é uma emanação de Deus. O Verbo não é uma criação de Deus. O Verbo é Deus. Ele é uma pessoa com Deus e uma pessoa que é Deus. Jesus tem a mesma natureza e essência como Deus. A segunda pessoa da Trindade!
Assim, o pré-existente, o coexistente, o autoexistente Deus, “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” e a luz da glória de Deus estava brilhando no meio de um mundo escuro.
O Verbo feito carne habitou entre nós, morreu por nós e ressuscitou em nosso lugar, para fornecer o perdão dos pecados e a salvação eterna. Quando O aceitamos como nosso Salvador e Ele se torna o Senhor de nossa vida, nos tornamos Seu filho e sua nova criação, criado em Cristo Jesus para boas obras (Efésios 2:10).”
A Virtude do Verbo – cheio de graça e de verdade
Sem dúvida, um dos textos mais ricos quanto à pessoa de Jesus, é o versículo 14, de João 1: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. E vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.
Ao celebrarmos o Natal de Cristo precisamos ter em mente o que representa a expressão “cheio de graça e de vedade”.
“Graça, no hebraico, é “chen”. Significa curvar-se, abaixar-se, com a conotação de favor imerecido ou a condescendência de um ser superior por alguém inferior em valor e posição.
Outra palavra para graça encontrada no Antigo Testamento mais de 250 vezes é “hesed”, traduzida ao português como misericórdia, com o significado de amor leal, firme e fiel.
No Novo Testamento, graça é o mesmo que bondade excepcional de Deus para com os seres humanos (como pecadores), para tornar possível o perdão e a salvação (João 1.14; Efésios 2.4-5).
Essa misericórdia imerecida está sempre disponível para aqueles pecadores que creem no Evangelho e obedecem ao Senhor (Atos 11.23; 20.32; 2ª Coríntios 9.14). Os cristãos primitivos usavam essa palavra quando se reuniam e se saudavam (Romanos 1.7; 1ª Coríntios 1.3; Gálatas 1.3). http://belverede.blogspot.com
“Graça é favor imerecido. Ela nos dá a ideia de algo que nunca poderia ser conseguido por nosso próprio esforço. O ato de Jesus de ter vindo à terra para viver e morrer pelos homens não é alguma coisa que a humanidade merecera. É um ato de puro amor por parte de nosso bom Deus. A palavra graça acentua, ao mesmo tempo, a total pobreza do homem e a bondade sem limites de nosso Deus. A palavra graça também significa encanto. Em Jesus nós podemos ver e sentir a absoluta formosura de nosso Deus.
A outra palavra-chave é verdade, muito usada por João em seu Evangelho. Jesus é encarnação da verdade. “Eu sou a verdade”, dizia ele (Jo 14.6). E Jesus, já próximo da cruz, conforta os discí-pulos, ao prometer o “Espírito da verdade, que vos guiará a toda a verdade, porque não falará por si mesmo. Ele me glorificará, por-que há de receber o que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13.14).
A verdade é aquilo que nos faz livres. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).
O texto termina com a afirmação de que vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14). A vida de Jesus Cristo foi uma manifestação de glória. Já no capítulo 2, ao narrar as bodas de Caná e a transformação de água em vinho, “Jesus...manifestou a sua glória e os discípulos creram nele” (Jo 2.11).
A glória de Jesus é a glória de Deus, Seu Pai. Jesus não brilha com luz alheia. A glória é sua por direito próprio. Quando aceitamos a Cristo, nós também podemos ver e sentir a sua glória. E nós podemos refletir a luz que vem de Cristo. “Vós sois a luz do mundo. Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5:14,16).
SEGUNDO, ao entendermos as palavras do apóstolo João não podemos ficar indiferentes ao MAIOR PRESENTE DO UNIVERSO que o próprio Deus nos deu – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” Jo 3:16. Nossa atitude tem que ser a mesma de Simeão ao encontrar-se com o PRESENTE DE DEUS no templo: “Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus...” Lc 2:25-28.
A maneira de se receber um grande presente é de braços abertos. Simeão não hesitou em abrir seus braços para segurar o menino-Deus e louvar ao Senhor por tão grande privilégio.
Segundo recentes pesquisas, o presente mais caro nos dias atuais gira em torno de 20 bilhões de dólares. Quem não gostaria de receber um presente como este? Mas, embora o valor seja estratosférico, não representa nem um décimo do que Cristo representa para nós, os que Nele cremos. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” 1 Pe 1:18,19.
O presente de Deus a nós é, ao mesmo tempo, presente e pagamento de uma dívida incalculável que tínhamos diante de Deus. Nós éramos incapazes de nos autopresentearmos para pagarmos nossa dívida. A provisão de Deus nos livra de toda condenação e alegra o nosso coração.
O que você fará com O MAIOR PRESENTE DE DEUS para sua vida neste Natal?
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” Jo 1:12.